Segundo Débora Vilar, idosos e pessoas que sofreram AVC ou outras doenças degenerativas estão suscetíveis a desenvolverem a enfermidade
Por Carol Amorim - Algo Mais Consultoria e Assessoria
Recentemente, os noticiários anunciaram a aposentadoria do ator estadunidense Bruce Willis, 67, e do cartunista brasileiro Angeli, 65, por terem sido diagnosticados com afasia, uma síndrome neurodegenerativa, onde o paciente passa a ter dificuldades para se comunicar e compreender linguagens. Segundo a neurologista e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) Débora Vilar, idosos e pessoas acometidas por AVC e outros quadros degenerativos são mais propensas a desenvolverem a enfermidade.
O anúncio da aposentadoria de Bruce Willis ocorreu em março. O ator, famoso por ter atuado em filmes clássicos como Duro de Matar (1988), Pulp Fiction (1994) e O Sexto Sentido (1999), estava afastado de grandes produções nos últimos anos e surpreendeu ao anunciar sua aposentadoria devido à afasia.
Já o cartunista Angeli anunciou o encerramento da sua carreira neste mês de abril. Cartunista há mais de 50 anos, Angeli atuou como colaborador do jornal Folha de São Paulo e ficou conhecido por ter criado personagens como Bob Cuspe, Rê Bordosa, Wood & Stock e entre outros.
Débora Vilar explica que a afasia é um distúrbio que pode ser causado por diferentes tipos de lesões cerebrais, como o AVC e doenças degenerativas, quanto os quadros de demência. A enfermidade também é classificada por três tipos, sendo elas a afasia motora, a afasia sensitiva e a afasia mista.
“Na afasia motora, o paciente entende o que está sendo dito. Porém, não consegue falar, ou seja, a produção da fala fica afetada. Na afasia sensitiva, o paciente fala, mas não entende o que está sendo dito, o significado das palavras fica prejudicado. E a afasia mista é representada quando o paciente não entende o que é dito e também não consegue se expressar. Seria uma mistura da afasia motora e da sensitiva”, conta.
A médica ainda afirma que, como a afasia se desenvolve a partir de uma série de doenças neurológicas, pode ser considerado que o acometimento do distúrbio é frequente. Sobretudo porque o AVC, que é uma das causas da afasia, é uma das doenças que mais causam incapacidade no mundo.
Por se tratar de uma doença degenerativa, a médica frisa que a afasia não tem cura, mas que possui tratamento capaz de retardar o avanço dos sintomas. “A afasia não possui uma cura conhecida, mas diferentes abordagens podem ser empregadas para ajudar na habilidade de comunicação do indivíduo, visando melhorar a compreensão e expressão oral, além de desenvolver a leitura e escrita do paciente”, ressalta.
Para que o tratamento obtenha mais sucesso, a médica alerta que o recurso terapêutico do paciente deve ser iniciado o quanto antes e que o principal aliado no tratamento da afasia é a fonoaudiologia.
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