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Dezembro Vermelho

Segundo boletim do Ministério da Saúde, houve queda no registro de infecção e morte por HIV, mas a doença obteve alta entre jovens e grávidas


Por Carol Amorim - Algo Mais Consultoria e Assessoria


Além dos festejos de fim de ano, dezembro também é marcado pela realização das campanhas de alerta à saúde, a exemplo do Dezembro Vermelho, instituída pela Lei nº 13.504/2017. A ação dissemina informações de prevenção e cuidados na luta contra o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 do Ministério da Saúde, no Brasil, de 1980 até junho de 2022, mais de 1 milhão de casos de HIV foram registrados. Entre 2019 e 2021, houve queda no registro de casos no país.


O boletim detalha que a queda no número de casos no país foi de 11,1%. O estudo também registrou que houve queda no número de mortes. Entre a década de 1980 até 2021, 371.744 óbitos foram constatados. Já entre 2011 a 2021, houve queda de 24,6% no coeficiente de mortalidade padronizado para o país.


Apesar das boas notícias, o vírus ainda representa risco para quem não se trata e, mais especificamente, aos jovens com idade entre 15 e 24 anos. Neste grupo, foi apontado aumento no registro de resultados positivos para o HIV. Segundo o boletim, entre 2007 e junho de 2022, foram registrados 102.869 casos (23,7%) nessa população. Outro grupo que apresentou alta no número casos foi o de grávidas. Ainda de acordo com o boletim, entre 2011 e 2019, a taxa de detecção deste grupo subiu para 30,8%.


“Na maioria das vezes, o paciente não sente absolutamente nada, só sente muitos anos depois depois de ter contaminado outras pessoas e depois de ter adentrado numa situação de saúde muito ruim - que é a perda de peso, diarreia, às vezes, febre, tosse, problemas neurológicos, problemas de pele, queda de cabelo e isso tudo porque a imunidade está muito baixa, quando já se passou um tempo muito longo de contaminação e isso não pode acontecer de jeito nenhum”, salienta o médico infectologista e docente do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), Renee Nascimento.


O médico ressalta que houve evolução no controle do HIV/Aids nos últimos anos e que, atualmente, o paciente que convive com o vírus ou a doença, se for acompanhado por um médico e fizer uso da terapia com medicamentos antivirais corretamente, consegue ter uma boa qualidade de vida.


“Existem vários antivirais, que são medicamentos extremamente eficazes, seguros, com poucos efeitos colaterais. E nós usamos eles com dois objetivos: estabilizar o paciente e fazer com que ele tenha uma expectativa de vida normal, e em segundo lugar que ele consiga a não detecção da carga viral, que deixe de transmitir o vírus. O uso do tratamento também é uma forma de prevenção para atingir o controle e evitar a transmissão”, informa.


O médico conta que além do uso de camisinha nas relações sexuais e do tratamento correto para quem possui o vírus, outra forma que evitar a contaminação é através da profilaxia pré-exposição (PrEP), medicamento que deve ser tomado antes de manter uma relação sexual que possua riscos. Além desse medicamento, também há à disposição a profilaxia pós-exposição (PEP), medicamento que requer o uso imediato após uma relação sexual de risco.


“O SUS disponibiliza os testes e os tratamentos para a população. No Pam Salgadinho, por exemplo, são ofertados os testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C e os pacientes que testam positivo, já podem dar sequência ao seu tratamento”, orienta.


O infectologista destaca que, além do HIV/Aids, a herpes, sífilis, gonorreia, condiloma, hepatite B e C também são infecções sexualmente transmissíveis que são prevalentes no Brasil. Por isso, ele reforça sobre a importância da ida ao médico, da realização dos testes e da observação de sinais que o corpo indica no caso de algumas dessas doenças, como a ocorrência de corrimento uretral, clamídia, úlcera e verrugas.

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