No mês em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, consultoras do IEL/AL contam como as pesquisas ajudam no desenvolvimento do setor industrial
Por Iracema Ferro - Algo Mais Consultoria e Assessoria
Quando se fala em ciência, a maioria das pessoas pensam logo em laboratórios, análises químicas, de animais, vírus, bactérias e produtos. No entanto, a ciência também é feita de dados, análises sociais e econômicas. Em fevereiro, mês em que é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11 de fevereiro), conversamos com Luciana Peixoto Santa Rita, graduada em Direito e Economia, Mestrado e Doutorado em Administração e Pós-doutorado em Economia, e com Sílvia Beatriz Beger Uchoa, engenheira civil, com mestrado em Arquitetura pela USP/São Carlos e Doutorado em Química e Biotecnologia no Instituto de Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Elas são consultoras do Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Regional de Alagoas (IEL/AL) na área de pesquisas voltadas para as indústrias e são exemplo de mulheres que fazem a diferença na ciência. Luciana Peixoto afirma que as pesquisas desenvolvidas pelo IEL/AL são voltadas especificamente para o desenvolvimento de Alagoas e do setor industrial.
“As pesquisas no IEL são aplicadas à geração de conhecimento para utilização prática e imediata, direcionadas à solução de problemas específicos envolvendo os interesses locais, territoriais e regionais. Como o IEL atende às demandas do setor produtivo, a pesquisa tem que ser aplicada. Em geral, almeja a sistematização de conhecimentos quanto à compreensão de novos fenômenos, visando o desenvolvimento de produtos, processos ou sistemas inovadores. Assim, a pesquisa tem uma delimitação prática dirigida à solução de problemas”, pontua Peixoto.
O trabalho de consultoria é realizado em etapas. Primeiro, levantando as demandas específicas, seja uma pesquisa de mercado, um plano setorial, um plano de ação ou mesmo um diagnóstico setorial ou empresarial. “Após buscarmos essa demanda inicial, pode-se coletar dados secundários em bases científicas, banco de patentes, entre outros. Caso seja necessário, avança-se para pesquisa com coleta de dados em fontes primárias de interesse. Na sequência, processamos os dados, buscando análise e discussão”, detalha a economista.
Luciana Peixoto destaca, ainda, que neste tipo de trabalho pode ser agregado a possibilidade de pesquisa setorial que, por sua vez, tem a possibilidade de alcançar uma indústria por meio de indicadores, planos, proposições e mapeamento de práticas.
Interação com o ambiente acadêmico
As pesquisas promovidas pelo IEL/AL ajudam as indústrias e empresas alagoanas a terem uma interação com o ambiente acadêmico. É o que garante a consultora Silvia Uchoa que, durante quase 30 anos, foi docente do Centro de Tecnologia da Ufal, desenvolvendo atividades de ensino e pesquisa de materiais de construção e ciência dos materiais, e atualmente é professora visitante no IQB atuando no mestrado profissional Profnit, responsável pela disciplina Prospecção Tecnológica em nível nacional.
Ela usa sua expertise acadêmica em pesquisas voltadas para o setor industrial. “É muito importante o papel do IEL/AL para que tenhamos interação da academia com o setor privado, com o desenvolvimento de pesquisas aplicadas de alto interesse para o Estado. Ou seja, permite que professores e alunos tenham contato com a realidade de nossa comunidade e possam contribuir de forma propositiva. Assim, o IEL/AL pode ser considerado um verdadeiro laboratório para desenvolver pesquisas em todas as áreas, contribuindo para a inovação em nosso estado”, assinala.
Segundo Eliana Sá, coordenadora de Inovação e Pesquisa do IEL/AL, a pesquisa assume papel preponderante para o desenvolvimento empresarial, assim como para os atores responsáveis pela elaboração das políticas públicas, visto que apresentam informações analíticas e confiáveis sobre os temas pesquisados, dando mais assertividade às decisões tanto em nível de empresa como na definição das ações públicas de estímulo aos variados setores econômicos.
“Jovens universitárias também compõem o quadro de pesquisadoras do IEL/AL e desenvolvem habilidades e competências fortemente direcionadas à pesquisa científica com foco na aplicação dos resultados. Assim, o IEL/AL tem oferecido importante contribuição na formação e no incentivo ao trabalho das Mulheres e Meninas pesquisadoras no estado de Alagoas”, avalia Eliana Sá.
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