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Insônia: veja como identificar o distúrbio

Segundo dados do Instituto do Sono, no Brasil, 8 a cada 10 pessoas classificam o sono como irregular ou ruim


Por Anna Sales – Algo Mais Consultoria e Assessoria


Há 11 anos, o estudante Eduardo Queiroz sofre com a insônia. Quando tinha 14 anos, era comum passar dois ou três dias sem dormir. Após alguns meses, o distúrbio começou a afetar tanto a saúde quanto os estudos. Foi aí que a mãe de Eduardo viu a necessidade de procurar orientação médica e ele foi diagnosticado com insônia crônica.


Mas ele não está sozinho. No Brasil, uma pesquisa do Instituto do Sono constatou que oito a cada dez pessoas classificam seu sono como regular ou ruim. Mais de 44% das pessoas que responderam à pesquisa disseram possuir problemas com o sono há pelo menos dois anos, e seis entre dez afirmaram que esse problema começou durante a pandemia do coronavírus.


Segundo Luciana Andrade, docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), a insônia é uma condição que se prolonga na vida da pessoa e pode ser resultado de alguma doença ou até mesmo do uso de alguns medicamentos. O distúrbio precisa ser avaliado sob várias condições, sejam fisiológicas, orgânicas ou psíquicas.


“Diferente da insônia, uma falta de sono passageira costuma ocorrer por uma situação estressante ou traumática para a pessoa. Outra condição pode ser o uso de algum medicamento para um tratamento específico. Muitos deles costumam interferir no sono. A automedicação é um fator perigoso e pode contribuir para uma insônia ou dificuldade para dormir”, explica a professora.


Higiene do sono


De acordo com Eduardo, além dos prejuízos nos estudos pela dificuldade de concentração, tendo em vista o cansaço acumulado e o fato de acabar dormindo em algumas aulas, a insônia também afetou o humor, baixou a imunidade e causou estresse. Mas hoje, ele conhece melhor o problema e sabe como lidar, mantendo a atenção nos cuidados diários para não deixar que a insônia volte a prejudicar sua saúde.


“Desde o início uma das formas de lidar com ela foi ter uma rotina de atividades físicas bem ativa, prestar atenção nos meus hábitos de higiene do sono, não tomar café ou energéticos depois das 17 horas e começar a diminuir os estímulos de luzes e telas algumas horas antes de ir dormir”, conta Eduardo.


Luciana ressalta a importância de se desconectar para ter um bom sono, já que o repouso regula todo o nosso sistema imunológico e endócrino. Ela destaca que o descanso é uma busca natural do nosso corpo por equilíbrio, que pode ter sido perdido durante a hora que estamos acordados, mas é um fator importante para o bom estado de saúde.


“Atitudes simples como optar por alimentos leves à noite; diminuir o contato com telas, já que a luz delas confunde o nosso cérebro com o horário diurno, e, consequentemente, ele torna-se vigilante; reduzir contato com objetos estimulantes, que causam agitação, são exemplos da higiene do sono. O sono, para muitas pessoas, não vem de modo espontâneo. Ele é uma condição natural, mas a nossa relação com ele não é automática”, expõe.


Como buscar ajuda?


A psicóloga recomenda que, ao suspeitar que sofre de insônia, o primeiro passo é descartar outras hipóteses. Ela explica que uma avaliação neurológica é necessária, assim como exames para aferir a condição endócrina do organismo, pois a desregulação hormonal é um fator frequente que interfere no sono.


Além disso, uma consulta ao terapeuta é interessante para avaliar as condições do paciente com o sono. “Uma avaliação médica neurológica e endócrina, por exemplo, e um acompanhamento terapêutico, alinhados de modo interdisciplinar, podem ser fundamentais para o tratamento ou linha de orientação de cada paciente”, alerta.


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