Engenheiro civil e médico otorrinolaringologista explicam o que fazer para não sofrer com as consequências
Por Anna Sales – Algo Mais Consultoria e Assessoria
A época de chuvas está passando, mas um inquilino indesejado pode ter aproveitado esse tempo para aparecer: o mofo, que é a proliferação de vários fungos que podem causar diversos problemas de saúde. Dentre as principais, estão o agravamento de quadros de rinite alérgica, asma, sinusite e bronquite.
Por ser uma associação de vários fungos, o mofo pode se tornar o fator de piora de outras patologias respiratórias ou, até mesmo, em virtude da imunidade do indivíduo, causar quadros mais invasivos, que possam requerer tratamento hospitalar com antifúngicos de maior potência.
Segundo Anderson Tinô, médico otorrinolaringologista e professor da UNIT/AL, a depender da susceptibilidade do indivíduo, o menor grau de exposição a esses patógenos já é o suficiente para desencadear uma resposta alérgica. Ele alerta que, apesar disso, as crianças acabam tendo uma maior prevalência devido a imaturidade de seu sistema imune e que, aliado, a outras doenças respiratórias da infância, podem acentuar as manifestações clínicas.
“As principais manifestações clínicas são coceira, espirros, congestão nasal, erupção na pele e até mesmo, tosse. Porém, todos são sintomas inespecíficos, mas que ligam o alerta para que se possa avaliar o ambiente ao qual o indivíduo está exposto, pois umidade e pouca ventilação, são os principais fatores para aumentar a proliferação do mofo”, alerta.
Edificações ficam comprometidas
Segundo Jonas Rafael, Engenheiro Civil e docente da UNIT/AL, de forma geral, há negligência quanto à manutenção nos sistemas de cobertura e impermeabilização das edificações. Normalmente, esses serviços de manutenção só são realizados quando já há evidência de alguma manifestação de infiltrações, situação que gera uma série de patologias, e, dentre elas, o mofo.
“O aparecimento dele é uma evidência da existência da infiltração e esta é responsável por diversos outros problemas, como: corrosão das armaduras no concreto armado, fissuras ou trincas nas paredes ou lajes, deslocamento de pisos ou azulejos e do sistema de pintura. Tudo isso gera comprometimentos em diversos sistemas da edificação e não se deve negligenciá-las”, conta.
Receitas da internet funcionam?
Nessa época, também apareceram diversos vídeos sobre como tirar o mofo com receitas caseiras. Jonas explica que a remoção do mofo por si só, independentemente da forma que for feita, é uma medida paliativa. A prática correta é a correção da origem da formação dele, normalmente gerado por infiltrações.
“Os serviços de impermeabilização durante as etapas construtivas da obra não podem ser esquecidos. Dessa forma, a obra deve ser executada por um profissional responsável, um técnico qualificado. E, posteriormente, esses sistemas de impermeabilização e de cobertura devem receber as devidas manutenções. Todo e qualquer serviço de engenharia deve ser realizado por um profissional responsável e técnico qualificado, engenheiro ou arquiteto, devidamente registrado em seu conselho de classe”, finaliza o docente.
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