Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é a doença que mais mata mulheres no Brasil
Por Carol Amorim - Algo Mais Consultoria e Assessoria
Com a chegada do mês de outubro é intensificada a disseminação de informação para conscientizar a população sobre o câncer de mama, a doença que causa mais mortes em mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por meio da campanha Outubro Rosa, mulheres de todo o mundo são orientadas sobre a importância da realização dos exames preventivos.
O câncer de mama se caracteriza por uma proliferação incontrolável de células anormais, que surgem em função de alterações genéticas. De acordo com o Inca, foram estimados 2,3 milhões de casos novos de câncer de mama no ano de 2020 em todo o mundo. Esses números representam cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. No Brasil, especificamente, foram estimados 66.280 novos casos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
“A idade é o principal fator de risco. Quanto mais idade, mais recomendação das mulheres estarem buscando serviços de saúde. O exame clínico das mamas, do ponto de vista do acesso, é o primeiro exame a ser recomendado. O auto-exame da mama ainda continua sendo muito importante e deve ser feito periodicamente, mas ele sozinho não caracteriza uma boa recomendação”, conta Rita Webster, enfermeira e professora do curso de Medicina do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) e diretora da Unidade Docente Assistencial Dr. José Lages Filho (UDA/UNIT).
A docente lembra que, além da idade, outros fatores de risco são: menarca precoce, menopausa tardia, primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, exposição à radiação, terapia de reposição hormonal, obesidade, ingestão regular de álcool, sedentarismo e histórico familiar.
“A mamografia é recomendada a partir dos 40 anos se for identificada alguma alteração. As mulheres a partir dos 35 anos podem fazer mamografia também, desde que elas tenham vários fatores de risco, como o câncer de mama em parentes de 1º grau ou com idade inferior a 50 anos. Não é recomendado que a mulher fique fazendo mamografia com uma idade inferior porque a mamografia é realizada num equipamento onde a mulher se expõe à radiações. Então, mulheres a partir de um exame clínico com alteração, a partir dos 40 anos, recomenda-se a mamografia”, detalha.
Também de acordo com Rita Webster, normalmente, o exame de mamografia é recomendado para mulheres entre 50 a 69 anos, que é a faixa etária com a maior probabilidade de desenvolver a enfermidade. Além da mamografia, há outros exames que são indicados para as pacientes, como a ultrassonografia, a ressonância magnética e a biópsia.
Rita ainda alerta sobre as altas taxas de mortalidade ainda presentes no país. Para ela, as taxas estão relacionadas à dificuldade de realização de outros exames, além da mamografia, através da rede pública e nas regiões do corpo por onde os nódulos podem se espalhar, a depender do tempo em que a doença é descoberta.
“A mamografia é um exame de fácil acesso, mas os outros tipos de investigação, principalmente na rede pública, não são tão fáceis. Então, esse tipo de acesso compromete, fazendo com que mulheres percam tempo e na oncologia tempo é algo muito importante. Quanto mais cedo se faz a intervenção, maiores são as chances dessa mulher ter um prognóstico melhor”, salienta.
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