Dentre os tipos de câncer, esse é o de segunda maior incidência no Brasil, sendo mais frequente em pessoas acima dos 50 anos
Por Anna Sales – Algo Mais Consultoria e Assessoria
Genética, questões biológicas e qualidade de vida dos indivíduos. Esses são fatores ligados ao câncer colorretal. Este tipo de câncer é mais frequente em pessoas acima dos 50 anos, que estão expostas a agentes infecciosos, alimentação não saudável, além do consumo de álcool, uso do tabaco com frequência e até mesmo ao trabalho em regiões quentes e secas.
O enfermeiro oncologista e professor da Unit/AL Carlos Queiroz cita que existem alguns fatores de risco para câncer colorretal que não podem ser alterados. São eles: idade, histórico pessoal de pólipos adenomatosos, histórico pessoal de doença inflamatória intestinal, histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos e síndromes hereditárias.
“Um fator de risco é algo que afeta sua chance de contrair uma doença como o câncer. Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de risco. Alguns como fumar, por exemplo, podem ser controlados; no entanto, outros não, como, por exemplo, idade e histórico familiar. Embora os fatores de risco possam influenciar o desenvolvimento do câncer, a maioria não causa diretamente a doença. Algumas pessoas com vários fatores de risco nunca desenvolvem um câncer, enquanto outros, sem fatores de risco conhecidos, poderão desenvolvê-lo”, explica.
Ele ainda cita que os sintomas dependem do tamanho e da localização do câncer. Alguns dos mais comuns incluem alterações nos hábitos intestinais e na consistência das fezes, sangue nas fezes e desconforto abdominal.
O enfermeiro ainda faz um aviso: a condição de vida de algumas pessoas abaixo dos 50 anos faz com que eles estejam propensos a adoecerem. “Os jovens têm trabalhado mais, se alimentado mal, além fazerem uso excessivo de álcool e tabaco, o que são cruciais para este tipo de diagnóstico”, alerta.
Como prevenir?
Ainda segundo Carlos Queiroz, o rastreamento do câncer colorretal é importante na prevenção da doença. Normalmente, entre 10 e 15 anos as primeiras células anormais começam a formar pólipos até se tornarem o câncer colorretal propriamente dito.
“O rastreamento regular pode, em muitos casos, prevenir completamente o câncer colorretal, porque a maioria dos pólipos diagnosticados é removida antes que tenham a chance de se transformar em câncer. O rastreamento também pode diagnosticar o câncer colorretal em estágio inicial, quando é altamente curável”, salienta.
Ainda de acordo com o enfermeiro oncologista, a recomendação é para que pessoas com 45 anos ou mais façam exames regulares para detecção precoce da doença. Pessoas com histórico familiar ou outros fatores de risco para pólipos ou câncer, como doença inflamatória do intestino, devem também conversar com seus médicos para estabelecer o início dos exames de rastreamento mais precocemente ou realizá-los com mais frequência. Além disso, Carlos deixa os seguintes cuidados:
Vitaminas, cálcio e magnésio: Alguns estudos sugerem que tomar ácido fólico, multivitamínico ou folato diariamente, pode diminuir o risco de câncer colorretal, mas esses estudos não são conclusivos, inclusive, alguns estudos sugerem que o ácido fólico poderia ajudar os tumores existentes a crescerem. Mais pesquisas ainda são necessárias nessa área.
Outros estudos sugerem que a vitamina D, proveniente da exposição solar, ou de determinados alimentos, ou mesmo ingerida na forma de pílula, pode reduzir o risco de câncer colorretal. Atualmente, como a preocupação de que o excesso de exposição ao sol possa causar câncer de pele, a maioria dos médicos não recomenda como uma forma de reduzir o risco de câncer colorretal. Mais estudos ainda são necessários para determinar se a vitamina D pode ajudar a prevenir o câncer colorretal.
Anti-inflamatórios não esteróides: Muitos estudos mostraram que pessoas que tomam aspirina regularmente ou outros anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e naproxeno, apresentam menor risco de câncer colorretal e pólipos. Mas a aspirina e outros anti-inflamatórios não esteroides podem provocar efeitos colaterais importantes, como sangramento por irritação do estômago ou úlceras no estômago, que podem superar os benefícios desses medicamentos para o público em geral. Por esta razão, a maioria dos médicos não recomenda o consumo desses medicamentos apenas para reduzir o risco de câncer colorretal.
Terapia de reposição hormonal para mulheres: Alguns estudos mostraram que tomar estrogênio e progesterona após a menopausa, pode reduzir o risco de uma mulher desenvolver câncer colorretal, mas outros estudos não confirmaram. Como tomar estrogênio e progesterona após a menopausa também pode aumentar o risco de doenças cardíacas, coágulos sanguíneos, câncer de mama e câncer de pulmão, não é recomendado apenas para reduzir o risco de câncer colorretal.
“Nos primeiros sintomas, é indicado conversar com um médico, o qual deverá solicitar alguns exames de acordo com a necessidade de encaminhá-lo a um especialista. Não existe uma conduta assertiva a se tomar, levando em consideração que os protocolos são específicos a cada necessidade e gravidade da doença”, finaliza o enfermeiro.
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